Unitermos: Guias de alimentação; Obesidade; Doença cardiovascular; Osteoporose; Diabetes; Prevenção.
ABSTRACT
We present suggestions for dietary guidelines for healthy Brazilians, excluding young children. These guidelines aim to prevent obesity, cardiovascular diseases, type 2 diabetes mellitus and osteoporosis. The messages to the public were based on two presumptions: to get back traditional Brazilian healthy dietary patterns and to stimulate the consumption of these foods more than to formulate prohibitions. The main messages are: eat at least four meals a day, and do not skip meals; maintain a healthy weight; increase daily physical activity and exercise; eat rice and beans with vegetables everyday; eat four to five portions of fruits everyday; reduce sugar, sweets and sodas; choose a fruit instead of deep fried foods or sweets for snacks; use salt only in moderation; use oil or olive oil instead of other fats; drink or eat low fat dairy products at least three times a day. (Arq Bras Endocrinol Metab 2000;44/3: 227-32)
O ESTABELECIMENTO DE GUIAS DE ALIMENTAÇÃO e nutrição saudável tem por base o reconhecimento de que um nÃvel ótimo de saúde depende da nutrição. Com o aumento da obesidade e das doenças associadas à obesidade, no Brasil, há que se combinar orientações para a redução das deficiências nutricionais, ainda presentes, com orientações visando a prevenção das doenças crônicas não transmissÃveis.
A base cientÃfica para prevenção baseia-se em dois componentes. O primeiro seria o conhecimento dos processos biológicos e epidemiológicos subjacentes ao aparecimento das doenças e o segundo a efetividade das intervenções (1).
Portanto, mesmo que muitos estudos epidemiológicos em doenças crônicas busquem um nutriente especÃfico que seria o responsável pela diminuição da incidência, e mesmo que em alguns casos este conhecimento possa representar, no futuro, a forma mais efetiva de prevenção para uma doença especÃfica, a abordagem coletiva das doenças crônicas não transmissÃveis parece ser a forma mais indicada de prevenção primária.
Assim, uma proposta de alimentação saudável, para prevenção das doenças crônicas não transmissÃveis, há de propor dietas que estejam ao alcance da sociedade como um todo, e que tenham um impacto sobre os mais importantes fatores relacionados à s várias doenças. Aumentar o consumo de frutas e verduras e estimular o consumo de arroz e feijão são exemplos de proposições que preenchem estes requisitos.
Do ponto de vista da alimentação saudável, sugere-se que as recomendações devem basear-se em alimentos mais do que em nutrientes. Assim, a Organização Mundial de Saúde, em publicação recente (9), sugere o estabelecimento de metas realÃsticas de consumo de alimentos especÃficos, sendo estes alimentos identificados em função dos nutrientes que se pretendam abranger.
No estabelecimento das recomendaçõs para a população brasileira consideramos como relevante as intervenções referentes a prevenção da obesidade, das doenças cardiovasculares, câncer, diabetes tipo 2 e osteoporose e, quanto à definição dos nutrientes, foram incluÃdos aqueles cujos achados são mais consistentes na literatura: consumo de gorduras, com ênfase nas gorduras saturadas e trans, de ácido fólico, vitamina C e E, sódio, cálcio e no consumo de fibras.
Os exercÃcios/atividade fÃsica devem ser altamente estimulados, pois aumentam a mobilidade e consequentemente a qualidade de vida. Parece haver boas razões para encorajar exercÃcios regulares e pequena perda de peso, mesmo entre pessoas mais velhas com sobrepeso, com vistas a sua longevidade e qualidade de vida (18,19).
Entre os alimentos da dieta brasileira com maior teor de fibra incluem-se farinha de mandioca, feijão, ervilha, milho, amendoim, jiló, pinhão, batata doce, batata baroa, cará e taioba (28).
MICRONUTRIENTES
Reconhecendo a importância de algumas vitaminas e minerais na prevenção de doenças crônicas, a National Academy of Science, dos Estados Unidos, em contraste com práticas passadas, está considerando a possibilidade de ingestão acima das recomendações para alguns micronutrientes que possam estar associados à redução das doenças crônicas. E necessário, contudo, que se conheça bem a segurança da ingestão de altas doses de nutrientes (29).
8. Coma pouco sal. Evite alimentos enlatados e produtos como salame, mortadela e presunto, que contêm muito sal. Evite adicionar sal à comida já preparada. Aumente o uso de alho, salsinha e cebolinha. Alimentos ingeridos na sua forma natural como feijão, arroz, frutas, grãos e verduras têm pouquÃssimo sal;
9. Use óleos e azeite no preparo de bolos, tortas e refeições;
10. Tome leite e coma produtos lácteos com baixo teor de gordura, pelo menos 3 vezes por dia.
Componentes da alimentação adequada por grupos de alimentos:
Este tipo de dieta, com 3 porções de feijão, 6 porções de arroz, 3 porções de verduras, 4 frutas e 3 porções de leite eqüivale a 1.710kcal, 12,7g de fibras, 2.300mg de sódio, 15g de ferro, 322mg de ácido fólico, 232mg de vitamina C e 1.100mg de cálcio.
Rosely Sichieri Instituto de Medicina Social - UERJ Av. São Francisco Xavier 524, 7o andar 20551-030 Rio de Janeiro, RJ Fax: (21)264-1142 e-mail: sichieri@uerj.br